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Cana em homenagem à Rainha. |
Estive no Kingdom of Swaziland duas vezes. A primeira foi no primeiro final de semana de setembro, durante o festival Umhlanga, ou Reed Dance, ou, em bom português, Dança da Cana.
Antes da explicação do ritual, um pouco de informação. Suazilândia é um dos menores paises da África. Possui pouco mais de 1,1 milhão de habitantes em 17,3 mil km² de território - menor que o Sergipe, que tem 21,9 mil km². Faz fronteira com a África do Sul e com Moçambique, e não possui saída para o mar. É uma das poucas monarquias que restaram na África, mais de um terço da população adulta é soropositiva (maior taxa de contaminação do mundo), e a poligamia é liberada. Só o rei tem 13 mulheres.
Voltando ao festival. O Umhlanga acontece todos os anos e reúne cerca de 30 mil mulheres. A intenção é homenagear a Rainha Mãe com resultados da colheita de cana-de-açúcar, um dos únicos produtos de exportação do país. Acontece mais ou menos assim: as moças da Swazi passam uns dias colhendo cana e, na cerimônia, carregam feixes que são entregues à Rainha Mãe como forma de celebrar a colheita. Tudo isso em um ritual belíssimo, com as moças vestidas de acordo com as vestimentas de suas tribos (todas de peitolas de fora, claro), cantando e dançando felizes da vida.
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Candidata a (mais uma) esposa do Rei. |
Há uma história bastante conhecida aqui na África sobre uma das últimas esposas do rei. Na época, a menina era muito jovem, menor de idade, e foi obrigada pelos pais a se casar. Isso gerou uma confusão enorme com as organizações de direitos humanos e, desde então, a poligamia na Suazilândia está na mira da comunidade internacional.
Quando se atravessa a fronteira, há um choque visual. Moçambique é um país com bastante sujeira nas ruas, com estradas esburacadas, com chão de areia. Suazilândia, apesar da pobreza, possui boas estradas e é um país limpinho. É montanhoso e, por isso, faz um frio do cão!
Na segunda vez que estive lá, fui apenas para almoçar. É tão pertinho de Maputo que dá pra ir, amoçar e voltar em menos de quatro horas. E foi nessa segunda vez que vi uma família de girafas na beira da estrada. Havia umas cinco ou seis, com filhotinhos e tudo. Quase chorei de emoção. Mas os animais são assunto para o próximo post, sobre a África do Sul e os parques nacionais ;)
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